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Turismo Pedagógico é Promovido pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica

Publicado: Terça, 13 de Setembro de 2022, 17h50 | Última atualização em Terça, 13 de Setembro de 2022, 17h50

No último feriado de 07 de setembro de 2022, o Programa de Extensão “Práticas Extensionistas em Inclusão de Surdos: Formação de Sujeitos Inclusivos e Construção de Contextos Acessíveis no Sudeste Paraense (PEINPS), vinculado ao núcleo de acessibilidade e inclusão acadêmica (NAIA), em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão de Assuntos Estudantis (PROEX), proporcionou uma ação do Círculo de Cultura Surda pelo Rio Tocantins e Rio Itacaiúnas. A atividade caracterizando-se como um turismo pedagógico iniciou-se às 10h com término às 17h. Contou com aproximadamente 20 pessoas entre docentes, servidores do NAIA, discentes da instituição e membros da comunidade externa à Unifesspa.


O Círculo de Cultura Surda, realizado periodicamente, apresenta-se como uma das ações do Programa PEINPS que visa, principalmente, a proposição de ações voltadas para pessoas surdas que contribuam na formação cidadã e participação social ativa por parte destes sujeitos. A proposta central desta ação é reunir um grupo de pessoas surdas e ouvintes para discutir temas transversais em espaços diversos de Marabá e regiões próximas.


Assim, durante o Círculo do dia 07 de setembro e sob a condução de docentes da Unifesspa, os participantes puderam debater e aprender sobre aspectos históricos, geográficos e culturais de Marabá. A ação contou com a presença de intérprete de Libras, serviço de audiodescrição ao longo de todo trajeto, e material produzido em alto relevo e braille acerca da representação cartográfica de Marabá e seus rios.


Segue alguns depoimentos sobre esse Círculo:


“Foi muito interessante participar da ação promovida pelo NAIA. O Círculo de Cultura Surda no Rio Tocantins me proporcionou ver e conhecer o rio em outras perspectivas, sempre presente na vida dos Marabaenses desde a fundação da cidade. Nascida aqui e tendo vivência desde sempre com os rios, entendi que é impossível esgotar as experiências. Na companhia dos colegas do NAIA observamos o rio sob outros ângulos, sentindo na pele o vento e o sol, escutando o barulho do motor do barco e marcando em nossa memória outra visualidade do Tocantins. A presença e falas dos professores Sérgio e Gil complementaram a experiência dentro do contexto histórico em que a Marabá se funda e cresce, agregando e valorizando os rios e em outros momentos com o crescimento da cidade nem tanto assim. Incrivelmente satisfatório, essa foi umas das atividades de extensão mais prazerosa que participei, como graduanda de Artes Visuais considero importante ter mais ações como essa. Mais uma vez, grata pela oportunidade, grata ao NAIA pela sensibilidade de agregar experiências de ser e estar no nosso território”- Fiama Rodrigues- Graduanda em Artes Visuais/Unifesspa.

“Meu nome é Jose Diego Rodrigues de Lira, tenho 31 anos. Sou um homem cego estudante de Psicologia. Venho através deste relato descrever como foi a minha experiência vivenciada em um passeio no dia 7/09/2022. [...]. Em meu relato, o primeiro ponto que destaco é o fato de que nunca havia andado de barco. Por isso, tive um certo receio no início, mesmo sabendo que o barqueiro era experiente, e, que era cuidadoso no que se refere a medidas de segurança. O fato é que em aproximadamente 2 minutos, após o barqueiro ligar o motor, já estava me sentindo relaxado. O segundo ponto que considero muito importante, é o fato de poder ter tido acesso a audiodescrição das paisagens onde estávamos passando. Para mim, esse recurso foi muito importante nesse passeio, pois quando estávamos adentrando o rio pude ter noções das diferentes paisagens. Lembrando que foi a primeira vez que esse recurso foi oferecido a mim em um passeio. 

Quando chegamos em um dos pontos de parada, os professores Sérgio e Gil compartilharam conosco seus conhecimentos sobre a história da cidade de Marabá e incluíram em suas explicações as diversas transformações que essa cidade passou até chegar na sua formação atual.

Tal partilha me deixou muito feliz, pois tive a oportunidade de aprender muitas coisas sobre a história e a geografia da cidade na qual resido, mesmo sabendo que é importante aprender muito mais. Mas, a minha alegria e curiosidade aumentaram quando a Mayra me mostrou o mapa da cidade de Marabá. Principalmente, porque esse mapa estava em alto relevo. Além disso, pude contar com a orientação da Mayra para que eu conseguisse explorar todos os detalhes do mapa como os rios, núcleos urbanos, rodovias e ferrovias. Dessa forma, estava realizando um sonho, pois era a primeira vez que estava tendo acesso a um mapa tão rico em detalhes, e, ainda, tendo a oportunidade de ter uma legenda em braile, sendo acompanhado por uma boa orientação.


Quando descemos do barco fiquei com um certo medo, pelo fato de não saber nadar, mas, ao observar crianças brincando, e, adultos se entregando a brincadeira, senti uma emoção especial, na verdade, um misto de bem-estar com alegria.


Concluo esse relato, afirmando que ontem aprendi muitas coisas, mas a lição mais importante é que devemos sempre partilhar, seguindo o exemplo dos professores que partilharam seus conhecimentos, assim como as crianças que partilharam sua felicidade, também as pessoas que fizeram sua audiodescrição, e em geral todos que contribuíram de forma positiva sendo uma companhia agradável” Jose Diego Rodrigues de Lira- Graduando em Psicologia.

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